segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

2013: o que mudou na sua carreira, educador(a)?

O ano de 2013 foi marcado por muita luta não apenas na defesa dos nossos direitos, mas também para que eles fossem efetivados. No “Estado de respeito”, os educadores tiveram de se mobilizar para fazer com que seus direitos – consagrados em lei – fossem respeitados. Mais uma vez, nossa ação valeu a pena: conquistamos a equiparação dos professores, a reformulação do plano de carreira dos funcionários, o reajuste da data-base para todos e do piso para o magistério e avançamos rumo a um terço de hora-atividade na distribuição de aulas para 2014. Mas a luta não para. Se obtivemos, a muito custo, a implantação das progressões e promoções em atraso, ainda falta o governo nos pagar a dívida de mais de R$ 50 milhões em atrasados. Vamos lutar por isso, e não desistiremos dos retroativos do PSPN, que o governo sonegou nos últimos anos.

Data-base e piso – Conquistamos este ano o pagamento da data-base! Apesar de a data-base ser lei no Estado, diz-se que foi uma conquista pois o governo tentou manobrar para parcelar a reposição, abrindo margem para completar o pagamento quando bem entendesse. Os educadores, com os demais servidores, foram à Assembléia Legislativa e exigiram a parcela única, que foi aprovada e paga em junho.

Após a aplicação do índice geral de 6,49% aos professores faltou a aplicação de 0,6% para se chegar ao Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério (PSPN), com retroativos entre maio a setembro. Conquistada a aprovação da lei, o governo não mostrou disposição em aplicá-la, sempre alegando que havia atingido a margem fiscal. Reiteramos no 30 de agosto urgência desta medida. O secretário Flávio Arns prometeu para uma folha complementar o pagamento da diferença, mas os professores ficaram a ver navios, e o índice só saiu no início de outubro, após muita pressão da categoria e ameaça de greve.

Promoções e progressões – O governo também levou ao limite a paciência dos educadores, que sempre estiveram dispostos ao diálogo, com o calote – depois revertido – na implantação de promoções e progressões em atraso. Assim como o resíduo do PSPN, os educadores precisavam receber as promoções e progressões em atraso, que somam R$ 50 milhões. 

Embora seja demanda da categoria o pagamento de todo este valor, era fundamental que se fizesse a implantação o mais rápido possível, para se evitar o aumento da “bola de neve”. E nisto o governo tinha se comprometido no dia 30 de Agosto, diante da grande mobilização dos trabalhadores no Centro Cívico que ameaçavam com um acampamento em frente ao Palácio. 
No entanto, por duas vezes os trabalhadores da educação levaram um calote do governo Beto Richa. Somente com mobilização – que incluiu abordagens pessoais ao governador e ameaça de greve – que houve a implantação. Os retroativos, porém, seguem como um ponto não resolvido, já que o governo alega que os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal não permitem o gasto. Para a presidenta da entidade, professora Marlei Fernandes de Carvalho, a luta nunca é fácil. “Ainda temos um calendário bastante grande de mobilizações. Com nenhum governo as lutas são fáceis. E essas dificuldades vão aumentando e a resposta da categoria também”, salienta.

Equiparação – A equiparação salarial do Magistério aos demais servidores públicos que possuem como exigência de formação de ingresso o nível superior finalmente foi alcançada neste mês de outubro. Bandeira defendida pela APP-Sindicato e pela categoria, com campanhas desde 2006, a equiparação é uma conquista fundamental do movimento dos professores e encerra uma árdua batalha. Após os calotes de Beto Richa no reajuste do piso e na implantação dos avanços, havia ainda alguma apreensão quando ao pagamento dos 3,94%, última parcela negociada entre a categoria e o governo do Estado; mas o reajuste, enfim, constava do contracheque. Na verdade, o que se encerrou foi a primeira etapa, já que pretendemos que o auxílio-transporte seja incorporado aos vencimentos. E vamos lutar para isto.

Avanço geral para funcionários – A lei 156/2013 reformulou progressão dos funcionários, o que garantiu uma classe a mais para todos em agosto deste ano (implicando um aumento de 3,8% nos salários) e até três classes a partir de agosto de 2014. Para 2013, ficou mantida a progressão de duas classes (aos que têm este direito a ela por ser um ano ímpar). Atendendo demanda do sindicato, o governo elaborou uma resolução estabelecendo o recesso nas escolas durante o período de 24 de dezembro a 1º de janeiro de cada ano. Ainda conquistamos o reconhecimento da graduação para o agente I e da pós-graduação para os agentes II para fins de avanço na carreira, além do direito ao concurso de remoção.
Hora-atividade – Um dos pontos mais duros na negociação com o governo, a ponto de quase motivar uma greve, a hora-atividade foi tanto uma conquista – consagrada pela Lei Complementar nº 155/2013 – como uma luta por sua implantação. De imediato conseguimos uma adequação da carga-horária para assegurar 30% da hora-atividade. Agora, a categoria quer saber do governo, antes da distribuição das aulas, como acontecerá a aplicação dos 33,3% de hora-atividade para o início do ano letivo de 2014.

Cargo de 40 horas – Conquistamos do governo o compromisso de uma nova oferta da dobra de padrão. A APP vem cobrando do governo uma resposta à implantação da comissão que tratará da nova oferta do cargo de 40 horas para o Magistério. A APP já informou os nomes de membros da diretoria que participarão do debate, porém a Secretaria de Estado da Educação ainda não publicou a resolução com os nomes da Secretaria nem a data do início do debate, que está pendente de um estudo prévio interno, que deve acontecer até o final do ano.

Reenquadramento – Finalmente, o governo vai encaminhar de forma definitiva uma solução para o problema dos servidores das diversas categorias com desenquadramento funcional. A demanda é de mais de duas décadas dos servidores e esbarrava em questões políticas e jurídicas. Foi revogada em outubro a portaria que suspendia o reenquadramento. Assim, quem já foi reenquadrado permanece nesta situação e novos casos de revisão de enquadramento poderão ser feitos. Um grupo de trabalho será montado com a participação da Secretaria da Administração e da Procuradoria-Geral do Estado para determinar os documentos necessários para o reenquadramento bem como para receber e analisar os casos.

Matéria publicada na edição nº 186 do jornal 30 de agosto
Fonte: http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=9650

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