A APP-Sindicato protocolou esta
semana na Secretaria de Estado da Educação ofício dirigido ao governador Beto
Richa em que requer informações sobre os valores pagos pela campanha
publicitária do governo do Estado veiculada em rádio e TV sob argumento de de
valorização profissional. A campanha, que mostra as conquistas dos
trabalhadores da educação – muitas delas consagradas na Lei do Piso – como
concessões paternalistas do atual governo, revoltou os professores e
funcionários da rede. Agora, o sindicato quer saber em quanto o caixa do Estado
foi onerado com esta campanha repleta de meias-verdades, que em nada esclarece
a população.
Lembrando que o governo ainda deve
R$ 50 milhões em promoções e progressões aos educadores, a professora Marlei
Fernandes de Carvalho, presidenta da APP-Sindicato, observa que é incabível a
aplicação de recursos públicos numa campanha publicitária com este viés, que
mascara a realidade. “Não aceitamos que o governo utilize recursos – não
sabemos se da educação ou não – para fazer propagandas que não indicam
significativamente aquilo que estamos vivendo no Estado do Paraná”, disse a
dirigente.
Ela lembra que grande parte do
aumento salarial dos professores foi oriundo da aplicação da Lei do Piso, uma
lei federal, válida para todos os Estados e municípios e que, mesmo assim, é
mal aplicada no Paraná, já que os reajustes, que devem ocorrer em janeiro, só
são implantados ao longo do ano, sem retroativos. A APP-Sindicato cobra na
Justiça o pagamento dos atrasados entre janeiro e as implantações dos últimos
anos.
Mais: desde 2007, os servidores
públicos contam com a Lei da Database, pela qual sempre em maio haverá a
reposição da inflação, que nos últimos anos soma cerca de 19%. Trata-se de
política de Estado, independentemente de governo. Também neste caso, o governo
resistiu em 2013 em fazer o pagamento, tentando um parcelamento, que só não foi
feito mediante resistência dos servidores.
Marlei também lembrou que os
concursos públicos, que o atual governo brande como uma bandeira sua, foi e é
uma defesa enfática do sindicato. “O governo convocou 17 mil trabalhadores – 5
mil funcionários de escola e 12 mil professores – nestes últimos três anos
também como fruto da nossa luta; porque foram concursos do governo anterior, e
nós conseguimos que o atual governo ampliasse o número de vagas para se chegar
a estes chamamentos”, disse a dirigente.
A professora ainda enfatizou que
qualquer efetiva política de valorização profissional precisa necessariamente
contemplar a hora-atividade, melhores condições de trabalho e a saúde dos
trabalhadores/as, políticas que o governo ainda não implementou. “A indignação
de nossa categoria é que ainda não temos todas estas condições efetivas de
trabalho e não queremos que o governo do Estado utilize recursos de toda a
arrecadação de impostos para fazer propaganda em horário nobre. Nós queremos
que o governo, sim, respeitos os/as educadores/as, pague o que nos deve e
melhore a escola pública como um todo. Isso, sim, é valorização profissional”,
disse.
Fonte: http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=9421
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