quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Governo empreende perseguição política e afasta diretor de escola

Em Araucária, Seed contraria manifestação unânime do Conselho do Magistério e pune diretor estimado pela comunidade
A Secretaria de Estado da Educação afastou definitivamente das funções e determinou o remanejamento do diretor do Colégio Estadual Júlio Szymanski, em Araucária, professor Jurandir Salustiano Pinto. A medida contraria o parecer do Conselho do Magistério, que por unanimidade absolveu o diretor, por não ter visto irregularidades na sua conduta.
A Seed ainda puniu com afastamento das funções os diretores auxiliares Álvaro José de Freitas Baptista e Creide Aparecida Cavalari Policarpo. A situação deixa clara a perseguição política ao diretor, que estava à frente de uma das escolas mais combativas em defesa da educação pública da região. A APP-Sindicato, que já havia feito a defesa do diretor no curso do processo administrativo disciplinar, ingressou com uma ação judicial para anular a decisão.
O caso, que se iniciou em 2012, após uma série de denúncias ao Núcleo Regional de Educação, em sua maioria inconsistentes – como a de que o colégio estaria com alguns vidros quebrados –, que acabou resultando em um processo administrativo disciplinar. O diretor foi afastado preliminarmente em setembro de 2012, sob o pretexto de problemas na prestação de contas, o que gerou uma grande revolta na comunidade escolar, por quem Jurandir era muito estimado.  O professor voltou à direção em novembro do ano passado, graças a uma liminar obtida pela APP-Sindicato na Justiça.
Enquanto isto, corria o processo administrativo disciplinar. Embora tivessem sido arroladas mais de 40 testemunhas em defesa do professor, pouco do depoimento que prestaram foi levado em conta.  Mesmo assim, da série de denuncias, apenas duas permaneceram: a de que o diretor teria autorizado a exploração de uma cantina comercial no interior da escola e de que teria promovido sem autorização mudança de turnos de servidores.
Como observa o presidente da APP-Sindicato Metropolitana Sul, Dirceu Ferreira, nem mesmo estes dois casos poderiam ser motivo para a severa punição dada ao diretor. A própria cantina tinha recursos repassados à Associação de Pais e Mestres e havia sido “herdada” de outras gestões. Quanto à mudança de turno de servidoras, o diretor agiu após a Seed não levar em consideração pedidos administrativos pela alteração, em razão da demanda, conforme foi demonstrado.
A Comissão do Processo Administrativo Disciplinar concluiu pela condenação, enquanto o Conselho do Magistério absolveu-o por unanimidade, não vendo em tudo o que foi apresentado prova alguma para condenação. A decisão do Conselho do Magistério, contundo, não foi suficiente à Seed, que afastou o diretor e decretou seu remanejamento.
Como lembra Dirceu, Araucária, após a municipalização do ensino, permaneceu com poucas escolas estaduais. Com isso, a cidade ficou relegada pela Seed ao esquecimento, o que levou as escolas estaduais remanescentes a empreender uma luta por recursos, luta na qual o Júlio Szymanski era um dos mais destacados. A punição ao diretor soa como uma clara demonstração de represália.

Fonte:http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=9140

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