quinta-feira, 6 de março de 2014

Em Cambé, estudantes protestam contra fechamento de turma

Na manhã da última sexta-feira (28), alunos do 2º e 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Olavo Bilac de Cambé, concentraram-se em frente à escola, na região central da cidade, para demonstrar sua indignação contra o fechamento de turmas determinado pela da Secretaria Estadual de Educação (Seed) e o consequente remanejamento de alunos. A alegação da Seed é de que algumas turmas tinham apenas 20 alunos.
Apesar do nevoeiro e da chuva fina que se abatia sobre Cambé na manhã de sexta-feira, os alunos foram resistentes e se concentravam com seus cartazes com os dizeres: “Nós também temos voz”, “Ironia é cortar gastos no ano da Copa”, “Quando um só clama, um só está errado. Mas quando todos clamam, há um governo errado!”.
Superlotação e problemas funcionais – Com o fechamento de uma turma do 3º ano, as demais estão agora com cerca de 35-36 alunos cada – muito além do defendido pela APP-Sindicato, que é de até 30 alunos por turma no ensino médio, para melhor aproveitamento do aprendizado. Há o risco ainda de fechamento de turma de segundo ano, o que, com o remanejamento, elevaria para até 42 alunos as restantes – o que extrapolaria até mesmo o limite fixado pela Seed, que é de 40 alunos. Com transferências e novas matrículas, que acontecem durante todo o ano, turmas superlotadas podem surgir a qualquer momento.
Somada à questão pedagógica, ajunta-se outra, a funcional. Na medida em que turmas são fechadas, professores perdem aulas. Tanto os efetivos deixam de contar com as chamadas aulas extraordinárias (ficando com seus salários reduzidos para o restante do ano letivo), quanto os chamados PSS, que estabeleceram contrato recentemente e já estão sem as demandas previstas.
Manifestações – Os alunos decidiram, por iniciativa própria, destinar um dia letivo para registrar o seu protesto, que ressalta outras demandas, para além do fechamento das turmas. De acordo com Natalia Silva, aluna do 3º ano do ensino médio, o real motivo da manifestação é o descaso com a educação, não apenas no Colégio Olavo Bilac. “Estamos aqui lutando por um direito que, sim, é nosso. O direito de estar confortável em uma sala de aula. Pois uma sala com menor número de alunos facilita na hora de estudar, tanto para nós que estamos recebendo o aprendizado como para o professor que está ali nos ensinando. Estão tirando de nós um espaço que é nosso, um conforto que é nosso, que nós estamos utilizando e que os futuros estudantes do 3° ano do ensino médio também irão utilizar”, afirmou a estudante.
Outra aluna, Letícia Assis, também formanda, registrou sua indignação em uma rede social, na ocasião em que foram informados que uma turma seria extinta. “DesGoverno do Estado do Paraná!!! Querem amontoar 40 alunos numa única sala pra economizar dinheiro, sabem que sem educação não nos tornamos seres pensantes, ao contrário nos tornamos apenas repetidores de informação e por consequência deixamos de ser alguma ameaça pra eles. Chega de fechar os olhos e cruzar os braços”, afirmou Letícia.
Fernando Buchhorn Jr., também aluno do 3º ano, defendeu que cortar gastos nas instituições públicas de ensino é como retirar pouco a pouco as bases de sustentação da sociedade. “A situação que nós, alunos, estamos enfrentando juntamente com os professores, é totalmente desmotivadora e nos faz acreditar que o ‘mundo lá fora’ corrompe o espírito dos nossos representantes, que se esquecem do quando lhe foi dado no próprio ambiente escolar”, disse Fernando.

As informações foram fornecida pela professora Camila Torres, Sociologia, do Colégio Estadual Olavo Bilac de Cambé.
Fonte: http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=9823

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