Na manhã da última
sexta-feira (28), alunos do 2º e 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual
Olavo Bilac de Cambé, concentraram-se em frente à escola, na região central da
cidade, para demonstrar sua indignação contra o fechamento de turmas determinado
pela da Secretaria Estadual de Educação (Seed) e o consequente remanejamento de
alunos. A alegação da Seed é de que algumas turmas tinham apenas 20 alunos.
Apesar do nevoeiro e
da chuva fina que se abatia sobre Cambé na manhã de sexta-feira, os alunos
foram resistentes e se concentravam com seus cartazes com os dizeres: “Nós
também temos voz”, “Ironia é cortar gastos no ano da Copa”, “Quando um só
clama, um só está errado. Mas quando todos clamam, há um governo errado!”.
Superlotação e problemas funcionais – Com o fechamento
de uma turma do 3º ano, as demais estão agora com cerca de 35-36 alunos cada –
muito além do defendido pela APP-Sindicato, que é de até 30 alunos por turma no
ensino médio, para melhor aproveitamento do aprendizado. Há o risco ainda de fechamento
de turma de segundo ano, o que, com o remanejamento, elevaria para até 42
alunos as restantes – o que extrapolaria até mesmo o limite fixado pela Seed,
que é de 40 alunos. Com transferências e novas matrículas, que acontecem
durante todo o ano, turmas superlotadas podem surgir a qualquer momento.
Somada à questão
pedagógica, ajunta-se outra, a funcional. Na medida em que turmas são fechadas,
professores perdem aulas. Tanto os efetivos deixam de contar com as chamadas
aulas extraordinárias (ficando com seus salários reduzidos para o restante do
ano letivo), quanto os chamados PSS, que estabeleceram contrato recentemente e
já estão sem as demandas previstas.
Manifestações – Os alunos decidiram, por iniciativa
própria, destinar um dia letivo para registrar o seu protesto, que ressalta
outras demandas, para além do fechamento das turmas. De acordo com Natalia
Silva, aluna do 3º ano do ensino médio, o real motivo da manifestação é o
descaso com a educação, não apenas no Colégio Olavo Bilac. “Estamos aqui
lutando por um direito que, sim, é nosso. O direito de estar confortável em uma
sala de aula. Pois uma sala com menor número de alunos facilita na hora de
estudar, tanto para nós que estamos recebendo o aprendizado como para o
professor que está ali nos ensinando. Estão tirando de nós um espaço que é
nosso, um conforto que é nosso, que nós estamos utilizando e que os futuros
estudantes do 3° ano do ensino médio também irão utilizar”, afirmou a
estudante.
Outra aluna, Letícia
Assis, também formanda, registrou sua indignação em uma rede social, na ocasião
em que foram informados que uma turma seria extinta. “DesGoverno do Estado do
Paraná!!! Querem amontoar 40 alunos numa única sala pra economizar dinheiro,
sabem que sem educação não nos tornamos seres pensantes, ao contrário nos
tornamos apenas repetidores de informação e por consequência deixamos de ser
alguma ameaça pra eles. Chega de fechar os olhos e cruzar os braços”, afirmou
Letícia.
Fernando Buchhorn
Jr., também aluno do 3º ano, defendeu que cortar gastos nas instituições
públicas de ensino é como retirar pouco a pouco as bases de sustentação da
sociedade. “A situação que nós, alunos, estamos enfrentando juntamente com os
professores, é totalmente desmotivadora e nos faz acreditar que o ‘mundo lá
fora’ corrompe o espírito dos nossos representantes, que se esquecem do quando
lhe foi dado no próprio ambiente escolar”, disse Fernando.
As informações foram fornecida pela professora Camila Torres, Sociologia, do Colégio Estadual Olavo Bilac de Cambé.
As informações foram fornecida pela professora Camila Torres, Sociologia, do Colégio Estadual Olavo Bilac de Cambé.
Fonte: http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=9823
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