Após uma reunião na sede da APP-Sindicato
na manhã de hoje (30) – que contou com a participação de centenas de
professores(as), diretores(as) e funcionários(as) das escolas da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede estadual, os educadores se
dirigiram até a Secretaria de Estado da Educação (Seed) para cobrar a
revogação da instrução 008/2013. O ato público teve início às 14 horas.
Enquanto acontecia a mobilização, uma comissão de 20 pessoas, formada
por representantes de todas as regiões do Estado e de integrantes da
diretoria estadual da APP-Sindicato e do Fórum Estadual de EJA foram
recebidos por representantes do governo.
A
reunião que durou quase três horas teve início com uma fala bem
objetiva da presidenta da APP, professora Marlei Fernandes de Carvalho,
pedindo a suspensão da instrução, que pegou a categoria de surpresa no
final do ano letivo de 2013. “Essa instrução afastará ainda mais os
alunos da escola. Estamos aqui dispostos a debater essas mudanças com o
governo, mas para isto é preciso a suspensão da instrução”, diz.
Em
contrapartida, o governo – representado pelo diretor geral da Seed,
Jorge Eduardo Wekerlin, pela coordenadora de EJA, Marcia Dudeque, pela
superintendente da Educação Eliane Terezinha Vieira Rocha, e assessores –
ressaltou que o foco desta gestão pública é o aluno e esta instrução
surgiu do debate com algumas escolas, diretores, professores e de
pesquisas. Debate esse que a APP e nenhum dos representantes ali
presentes tiveram conhecimento. Segundo Wekerlin, não é o caso de
revogação da instrução. “Mas podemos fazer reajustes importantes”,
explicou o diretor.
Desta
maneira os(as) educadores(as) presentes passaram a expor as
dificuldades de implementar a instrução e pediam esclarecimentos,
porque, segundo eles, não há clareza em alguns pontos do texto. Durante
as duas horas seguidas um debate rápido foi realizado, entretanto o
governo não cedia à proposta de suspensão da categoria, mesmo
concordando que não houve explicação adequada quanto à instrução.
Com o passar das horas e sabendo que centenas de educadores esperavam uma resposta ao lado de
fora Seed, o governo se comprometeu a abrir um debate mais aprofundado
com trabalhadores(as) da educação ligados à EJA e também reajustou
alguns pontos da instrução:
-*-
O período de matrícula de alunos(as) novos(as) na EJA será entendido
até o dia 28 de fevereiro, o governo fará uma chamada pública,
divulgando o período de novas matrículas. As rematriculas continuarão
como antes, podendo ser realizadas a qualquer momento.
-*- Também o prazo para a reorganização do cronograma das disciplinas será estendido. As
escolas têm até 7 de fevereiro para enviar aos NREs, que têm até 12 de
fevereiro para encaminhar os dados para análise da SEED.
-*-
No caso da Ação Pedagógica Descentralizada (Apeds), não será necessário
ter obrigatoriamente 20 alunos(as) matriculados(as) para que se formem
turmas;
-*- Para comprovação de trabalho, o(a) aluno(a) poderá fazer uma autodeclaração de autônomo e dos problemas sazonais da safra;
-*-
A Seed irá preparar um documento relatando os ajustes e esclarecimentos
definidos nesta reunião e encaminhará por e-mail a APP e esta divulgará
para os(as) educadores(as) da EJA;
-*- Também a Seed se comprometeu a fazer uma nova orientação sobre essa instrução explicando cada ponto do texto;
-*- As demandas que surgirem nas escolas devem ser encaminhadas aos Núcleos Regionais de Rducação que vão avaliar cada caso;
Na
audiência o governo se comprometeu também em criar um grupo de trabalho
específico para discutir a EJA no Paraná, com representantes da APP e
dos presentes na reunião.
Na
saída da reunião, em conversa com os(as) educadores(as) da EJA, a
professora Marlei falou das próximas ações. “Vamos continuar a luta para
que a instrução seja suspensa e revista. Produziremos uma carta aos
deputados, para que todas as regiões entreguem a eles e provavelmente
vamos convocar uma audiência pública”, disse.
A
APP orienta que os educadores e educadoras continuem mobilizados. É
importante que os deputados estaduais sejam visitados em todas as
regiões do Paraná a fim de que se posicionem sobre o pleito da
categoria. O sindicato orienta ainda que, juntamente com as direções
regionais da APP, os educadores ocupem espaços em rádios e jornais da
região para levar à população os problemas que a EJA está enfrentando a
partir da publicação da Instrução 08/2013.
Fonte:http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=9699
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